segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Conclusão

        O principal objetivo desse blog,é mostrar para as pessoas o que é Hepatite C e que embora seja uma doença que em certos casos seja grave, as pessoas podem seguir uma vida normal e acompanhar atravez de exames e consulta medica, e em alguns casos fazer o transplante de figado,mais bem essa postagem podemos dizer que é a ultima por enquanto,pois o trabalho que estava fazendo se encerra e não precisarei postar mais,porém isso n significa que o blog será excluido pelo contrario sempre tiver noticias posterei aqui mas não sera com muita frequencia,pois esse trabalho da mostra cultural se encerra e meu blog não foi escolhido.
   Bom aqui fica um adeus ou melhor um até breve pois adorei ajudar muitas pessoas que espero terem acessado meu blog infelizmente :( , o escolhido foi o blog Animais em extinção, mas se quiser me conhecer venha na minha escola Angelo Raphael Pellegrino,Av Estrada das Lagrimas no dia dia da mostra cultural,ou me adicionar no msn: victorhugosi@hotmail.com ou me adicionar no orkut victorhugo_rochasi@yahoo.com.br , aa esqueci de avisar que esse blog vai tratar do tema final escolhido como citei acima

um abraço pros manos e um beijo pras minas

fui-me até mais

domingo, 31 de julho de 2011

Testes revelaram 7 casos de Hepatite C no Piaui

Os testes para Hepatites B e C realizados nessa Quinta - Feira (28) na Praça João Luiz Ferreira, durante o dia Mundial de Hepatites virais revelaram que sete pessoas estavam com a doença mas não sabiam.O resultado saiu no mesmo dia no final da tarde e revelaram que sete pessoas estavam com a doença e não sabiam. Foram detectados apenas pacientes com Hepatite C. Outras quatro pacientes estavam com a doença mas ja sabiam e por isso não foram considerados casos novos.
Vinte pontos de triagem e coleta estavam espalhados pela praça. Foram disponibilizados 900 kits para realização do teste rápido. Cada pessoa que descobria portar o vírus da doença era encaminhada para a equipe de orientação e aconselhamento. Telma Evangelista, diretora de Atenção à Saúde da Sesapi, disse que os casos foram encaminhados para unidades de saúde na hora. “O Natan Portela, Hemopi e o Lineu Araújo são os três locais de referência. Uma vez atendidos, os pacientes serão cadastrados na farmácia para receber os medicamentos do tratamento”, disse.
Além dos testes foi disponibilizada vacina para a Hepatite B. Para se tornar imune, a pessoa precisa tomar três doses. “No dia D, a pessoa toma a primeira, com 30 dias depois procura o setor público de saúde e toma a segunda, 180 dias após a primeira, toma a terceira dose. Não adianta tomar apenas uma dose ou duas doses”, finaliza a diretora.
 

sábado, 16 de julho de 2011

Novas medidas vão agilizar o acesso a medicamentos para hepatite C

O Ministério da Saúde vai modificar as normas  para o tratamento da Hepatite C na rede pública de saúde.
Apartir desta Segunda Feira(18) entra em vigor o novo protocolo para tratamento da doença, documento esse que irá agilizar o acesso  ao tratamento com uso de Interferon peguilado, e em alguns casos não necessitaram de biopsia prévia.
Segundo o ministério, o texto anteriormente, publicado em 2007,garantia a extensão do uso do Interferon  peguilado desde que houvesse a aprovação do Comitê Estadual  de Hepatites Virais
Agora, o médico que acompanha o paciente já pode prescrever a continuidade do tratamento, de acordo com os criterios estabelecidos pelo documento.
No Brasil há cerca de 11.822 pessoas em tratamento e, a expectativa é de que com a medida, pelo - outros 500 pacientes sejam atendidos nesse ano 
Segundo o orgão a formulação trará mais conforto e comodidade a estes pacientes,pois o tratamento com a substancia interferon peguilado exige que seja utilizado apenas uma vez por semana enquanto  o interferon convencional exige três  doses por semana 

CUSTO 

Estimativas do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde apontam que a mudança trará cerca de 3,5% de impacto sobre os gastos atuais, que hoje estão em torno de R$ 17,7 milhões com o insumo produzido por dois laboratórios privados.
Hoje, um tratamento com duração de 48 semanas com o interferon peguilado chega a custar R$ 23 mil reais ao Sistema Único de Saúde (SUS). Um paciente com hepatite C é tratado por até 72 semanas.
A hepatite C é uma doença que acomete o fígado, transmitida por transfusão de sangue ocorrida antes de 1993 (ano em que os testes para detecção de anticorpos da hepatite C em bancos de sangue foram implantados), seringas ou aparelhos perfurocortantes contaminados, tais como equipamentos odontológicos e materiais utilizados para tatuagem e piercing.
Lâminas de barbear e de manicure e pedicure estão entre os materiais que necessitam ter seu uso individualizado. A infecção também pode ser transmitida pela via sexual em relações desprotegidas.
A transmissão vertical (de mãe para o bebê na gravidez) do vírus C é menos freqüente e ocorre em cerca de 5% dos nascidos de mães portadoras do vírus com carga viral elevada.
A doença tem tratamento e cura, particularmente com diagnóstico e tratamento precoce. A prevalência da hepatite C nas capitais brasileiras é de cerca de 1,5%

    

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Estado deve dar remédio para portador de hepatite

O portador de hepatite tem direito de receber do Estado a medicação de que necessita, independentemente de sua condição financeira. Foi o que decidiu a 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que acatou apelação de um empresário residente em Lajeado. Com a decisão, o Estado do Rio Grande do Sul terá de reembolsá-lo em R$ 24.821,30, valor gasto com a aquisição dos medicamentos alfapeginterferina e ribavirina 250mg.
O julgamento ocorreu no dia 27 de junho, com a presença dos desembargadores Marco Aurélio Heinz (relator), Armínio José Abreu Lima da Rosa e Genaro José Baroni. Cabe recurso.
Diagnosticado com o vírus da hepatite C e necessitando de remédios contínuos, o empresário entrou na Justiça contra o Estado do Rio Grande do Sul por entender que é sua obrigação fornecê-los gratuitamente. Relatou que recebeu os medicamentos apenas algumas vezes e, por isso, teve de pagar do próprio bolso R$ 24.821,30 e procurar a Justiça, justificou. Pediu o reembolso do que gastou.
O Estado se defendeu. Alegou ausência de prova de hipossuficiência econômica do autor e também falta do medicamento ribavirina 250mg em diversas oportunidades no período compreendido entre abril e agosto de 2009 na Secretaria Estadual de Saúde.
No dia 15 de dezembro de 2010, a juíza de Direito Débora Gerhardt de Marque proferiu a sentença e negou o pedido. Segundo ela, ‘‘não persistem dúvidas acerca da existência de recursos financeiros do autor para a sua aquisição, na medida em que se qualifica na inicial como empresário, reside em bairro nobre desta cidade e é proprietário de um veículo luxuoso (Pajero Sport HPE, ano 2007)".
Para a juíza, em que pese o dever do ente público em garantir a saúde física e mental dos indivíduos, conforme preceitua o artigo 196 da Constituição, tal garantia não pode ser estendida a todos indiscriminadamente — sob pena de afronta à lei estadual que regulamenta a matéria.
‘‘Nesse passo, a tutela específica para fornecer, de forma gratuita, os medicamentos é reservada para pessoas que não possam prover as despesas, sem privarem-se dos recursos imprescindíveis ao próprio sustento e de sua família, conforme dispõem os artigos 1º e 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.908/93’’, afirmou.
O artigo 2º, em seu parágrafo único, é bem claro: ‘‘(...) o beneficiário deverá comprovar por escrito e de forma documentada os seus rendimentos, bem como os encargos próprios e de sua família, de forma que atestam sua condição de pobre’’. Conforme a juíza, agir em contrário, ampliando a obrigação estatal, acarretaria, a rigor, a falência dos cofres públicos, inviabilizando o fornecimento dos tratamentos prescritos, afrontando, assim, o disposto nos artigo 196 da Constituição Federal e 241 da Constituição Estadual.
Ela citou julgado do Tribunal de Justiça datado do dia 22 de setembro de 2009, relatado pelo desembargador Carlos Caníbal. De acordo com o julgado, ‘‘a responsabilidade do poder público no custeio dos meios necessários à garantia da saúde do cidadão não implica no direito da parte de, antes mesmo do ajuizamento da lide, adquirir a medicação e depois buscar o ressarcimento das despesas junto ao Judiciário’’.
Na visão da juíza, o autor deveria ter imediatamente ajuizado a ação e pedido o fornecimento dos remédios, com urgência, em medida antecipatória dos efeitos da tutela. ‘‘Aí, sim, deferido o pedido e não cumprindo o ente público, de imediato, com a ordem judicial, ficaria autorizado a adquirir os medicamentos e depois obter o ressarcimento, pois haveria um comando judicial descumprido, de onde resultaria a responsabilidade do ente público’’, concluiu.
Derrotado em primeiro grau, o empresário recorreu ao Tribunal de Justiça, oferecendo os mesmos argumentos da inicial. Na avaliação do relator da apelação, desembargador Marco Aurélio Heinz, o Poder Público, por meio da Lei das Hepatites, dispõe-se a prestar atenção aos pacientes, independentemente de sua condição financeira.
A Lei 11.255/2005 foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2005, e definiu a política de prevenção e atenção universal aos portadores da enfermidade.
No artigo 6º, está expressamente determinado que ‘‘as despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por conta de dotação orçamentária própria das 3 (três) esferas de Governo’’. Conforme o desembargador, a lei considera a gravidade da moléstia, sua virulência, morbidez e alto risco de contágio. 
Marco Heinz salientou que, desta forma, basta ser portador de hepatite — clinicamente diagnosticada — para ter assegurado o tratamento e os fármacos, segundo os princípios da universalidade e integralidade e, portanto, de forma gratuita.
Os desembargadores Armínio José Abreu Lima da Rosa e Genaro José Baroni Borges acompanharam o voto do relator. Eles reformaram a sentença e determinaram que o Estado reembolse o empresário.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Novo Remédio para Hepatite C Quase 50 Mil Dólares

  Os dois remédios já estão em fase de análise na Anvisa (órgão regulamentador de remédios no Brasil) e tem a sua aprovação esperada para até o final deste ano.
  
O novo medicamento Incivek, aprovado no dia 23 de maio nos EUA, terá preço de atacado de U$ 49.200,00 para a dosagem completa de tratamento, que supre um período de 12 semanas. O novo remédio e seu concorrente Victrelis (Boceprevir), que aumentam para até 79% a chance de cura da hepatite, são a primeira safra de agentes anti-virais diretos, a serem aprovados pelo “Food and Drug Administration” (FDA) dos EUA.
Os dois novos remédios aprovados para combater a hepatite C são motivo de comemoração para a Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH). O presidente da associação Humberto Silva diz que “observaremos uma verdadeira revolução na maneira em que a doença é tratada”.
Há mais de 20 anos o tratamento de hepatite C é realizado praticamente com os mesmos remédios – a Ribavirina e o Interferon, tomados em conjunto. Esses medicamentos não atacam diretamente o vírus, ao invés disso, provocam o próprio metabolismo do corpo para produzir uma quantidade de defesas naturais que sejam direcionadas a combater as infecções.
Silva esclarece que até hoje a resposta ao tratamento ainda é em níveis baixos, principalmente para quem tem a hepatite C do genótipo 1. Calcula-se que não mais que 45% das pessoas tratadas, neste genótipo consigam a cura. Além disso, o tratamento é longo, de 1 ano de duração e com efeitos colaterais muitas vezes difíceis de suportar (febre, dores musculares, depressão, vômitos queda de cabelo e anemia).
Os médicos deverão escolher um dos novos remédios e acrescentá-lo ao tratamento convencional com o Interferon e a Ribavirina. O Incivek, por exemplo, deverá ser administrado por um período de 12 semanas, juntamente com os outros dois tradicionais. Após a 12ª semana o médico interromperá o novo remédio e seguirá apenas com os demais.

Tratamento mais curto

Silva esclarece que, além da chance de cura aumentar consideravelmente, o tratamento dos pacientes poderá ser reduzido pela metade do tempo, para até 60% das pessoas . Isto porque a resposta ao novo remédio não só é muito mais eficaz, como também é muito mais rápida.
“Quem faz o tratamento sabe bem o que é poder reduzir este tempo pela metade”, disse Humberto , que atualmente também recebe tratamento médico para a hepatite c. Pois reduzir o tempo de tratamento , significa reduzir o sofrimento com os efeitos colaterais.

Efeitos adversos do novo tratamento

Tanto o Incivek como o Victrelis apresentam os mesmos efeitos colaterais: Erupções cutâneas (feridas vermelhas na pele também conhecidas como “rash”) e anemia.

Quando chegam no brasil

Os dois remédios já estão em fase de análise na Anvisa (órgão regulamentador de remédios no Brasil) e tem a sua aprovação esperada para até o final deste ano.
O preço, entretanto ainda é considerado extremamente elevado . E fica a expectativa para que no Brasil o Sus consiga suprir o remédio a toda população que necessite.
A hepatite c é a maior epidemia do mundo, atualmente. Existem, ao todo, 200 milhões de pessoas infectadas no planeta. No Brasil são cerca de 3 a 4 milhões.
A doença, que age por vários anos, sem levantar suspeita, é conhecida como “o assassino silencioso” e já está entre as maiores causas de mortes por doenças no Brasil.
A hepatite C produz a cirrose, a falência hepática e até câncer de fígado. Ela é hoje responsável por 80% dos transplantes de fígado realizados no país.
A única maneira de prevenir (pois não existe vacina) é a de se realizar um teste rápido de detecção. A ABPH aconselha à população a pedir este exame para o médico , na próxima consulta. Há 3 milhões de pessoas contaminadas, que não sabem que estão doentes e só poderão conter a doença se fizerem o teste. Os grupos de risco são, principalmente, pessoas entre 30 e 65 anos. Os que receberam doação ou transfusão de sangue antes de 1992, profissionais de saúde, atletas, quem vai muito a dentistas ou quem tenha tatuagens, além de usuários de drogas injetáveis. A hepatite c não se transmite pelo sexo normal.


terça-feira, 17 de maio de 2011

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA AS HEPATITES VIRAIS

Quinta-feira, 19 de maio, é o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites  Virais – infecções provocadas por um grupo de vírus que, ao comprometer em graus variados o funcionamento do fígado, podem levar o doente à morte. Atualmente, são conhecidos mais de cinco tipos de hepatites virais, sendo as mais comuns as – A, B, C, D e E. Destas, apenas duas podem ser prevenidas pela vacinação: as dos tipos A e B.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dois bilhões de pessoas ao redor do planeta já foram infectadas com o vírus da hepatite B, dos quais 325 milhões tornaram-se portadores crônicos – cerca de 5% da população mundial. Sem falar os 170 milhões dos portadores da hepatite C. A maioria das pessoas desconhece sua condição sorológica, agravando a cadeia de transmissão da infecção e as formas crônicas da doença.
Das hepatites evitadas por vacina, a hepatite B destaca-se pela sua gravidade: seu vírus é 100 vezes mais contagioso que o vírus HIV. O Brasil é classificado pela OMS como tendo elevada prevalência na região da Amazônia Legal e intermediária no restante do seu território. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1999 a 2009, houve 96.044 casos confirmados da doença, dos quais 90% agudos e mais da metade em indivíduos de 20 a 39 anos.

O mal silencioso e a vacina

A hepatite B é considerada um mal silencioso, porque nem todos que contraem a doença apresentam sintomas. A maioria das crianças infectadas é assintomática. Já pouco mais de 50% dos adultos apresentam sinais da doença – mal-estar, febre, diarréia, vômitos e icterícia (pele e olhos amarelados).
Dos adultos infectados, entre 90 a 95% têm total recuperação. Menos de 1% desenvolve uma forma aguda da doença, a hepatite fulminante, que provoca hemorragia em vários órgãos e pode levar o indivíduo à morte. De 5 a 10% dos adultos infectados não conseguem eliminar o vírus após seis meses, tornam-se portadores crônicos e poodem desenvolver cirrose, falência do fígado e câncer no fígado.
“A maioria das pessoas não sabe que é portador crônico porque a doença é assintomática. A descoberta ocorre após um check-up, doação de sangue ou manifestação dos sintomas – inchaço, pele amarelada, sangramento, barriga d’água. Por isso, essa pessoa pode contaminar os outros sem saber”, afirma infectologista Rosana Richtmann, vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
A transmissão ocorre pelo contato com o sangue e as secreções corpóreas de uma pessoa infectada. As formas mais comuns são contatos sexuais, uso compartilhado de seringas e injeções e transfusões de sangue contaminado. O contágio pode ocorrer ainda via objetos cortantes – alicates de unha, lâminas usadas por barbeiros, tatuagens, piercings – e o uso compartilhado de escovas de dente. A mulher infectada pode contagiar o filho durante o parto. Para não contrair a doença, o bebê precisa ser vacinado nas primeiras 12 horas de vida. De 70% a 90% das crianças nascidas de mãe infectadas, e que não foram vacinadas ao nascer, tornam-se doentes crônicos.
O Programa Nacional de Imunização prevê a vacinação gratuita para pessoas até 24 anos e grupos de risco. O epidemiologista José Geraldo Ribeiro, professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, aconselha a vacina para todas as pessoas. “A hepatite B pode infectar pessoas de qualquer idade. É uma doença transmitida principalmente por via sexual entre os adultos. Por isso, pessoas com mais de 24 anos sexualmente ativas devem se prevenir”, diz.
A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo francês Sanofi-Aventis, distribui uma vacina contra a hepatite B, internacionalmente conhecida como Euvax B. A partir de tecnologia de engenharia genética, a vacina é produzida apenas com a parte do vírus responsável por causar a infecção e apresenta alta eficácia. A vacina possui duas apresentações: uma pediátrica e outra para maiores de 16 anos. A vacina deve ser tomada em três doses, a segunda passados 30 dias da primeira dose aplicada e a última após 180 dias. ” As três doses da vacina são fundamentais para conferir a proteção necessária contra a hepatite B”, afirma a gerente médica da Sanofi Pasteur, Sheila Homsani.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Especialistas Americanos Aprovam novo remedio contra Hepatite C

Um comitê consultivo americano votou por unanimidade nesta quinta-feira a favor de um segundo medicamento para a hepatite C, o Telaprevir, da Vertex Pharmaceuticals, um dia depois de ter aprovado o remédio do laboratório Merck para combater a doença, que ataca o fígado.
O comitê, que faz recomendações à agência americana de controle de medicamentos (FDA), havia dado seu apoio na quarta-feira ao Boceprevir da Merck.
Ambos os medicamentos são inibidores da protease e devem somar-se ao atual tratamento com fármacos (Peginterferon e Ribavirina).
A FDA não é obrigada a seguir as recomendações do painel consultivo, mas com frequência o faz.
Segundo os médicos, esta nova classe de medicamentos melhora muito a taxa de cura da hepatite C, uma doença que afeta cerca de 180 milhões de pessoas no mundo.
Um teste clínico ano passado mostrou que se agregado o Telaprevir, a taxa de cura chega a 53%, se comparada a dos pacientes do grupo controle que tomaram placebo e se recuperaram em 14%.
Atualmente, não há vacina para o vírus da hepatite C. A maioria das pessoas infectadas não apresentam sintomas durante anos, mas quando a doença é descoberta, geralmente é tarde demais para que os pacientes respondam ao tratamento com medicamentos.

Prevenção

 A incidência de hepatite C pôde ser reduzida pelo rastreamento adequado de doadores de sangue nas últimas décadas. Hoje, apenas 5% dos novos casos são adquiridos dessa forma. Hoje, a melhor forma de prevenção reside no combate ao uso de drogas endovenosas. Protocolos de tratamento logo após infecção (contato com sangue contaminado) não apresentaram resultados favoráveis e não são recomendados. Ainda não há perspectiva a médio prazo de uma vacina eficiente.

Cuidados Com a Saude

Dieta
   Com a exceção do uso do álcool, que leva a piora da evolução da doença, não há nenhuma restrição nutricional específica para portadores de hepatite C. Situações especiais, como cirrose com ascite ou encefalopatia hepática, ou a presença de outra doença associada, no entanto, podem indicar restrições dietéticas adicionais, conforme orientação do médico e do nutricionista.
   A obesidade, a dislipidemia (aumento do colesterol e triglicérides) e a resistência a insulina são fatores relacionados entre si que desencadeiam o aparecimento da doença hepática gordurosa não alcoólica (também chamada de esteatose hepática ou "gordura do fígado"), em especial a sua forma mais severa, a esteato-hepatite não alcoólica que, se associada à hepatite C, leva a uma potencialização na inflamação e progressão mais rápida de ambas para a cirrose.
   Assim, mesmo sem restrições nutricionais específicas pela hepatite C, recomenda-se uma dieta saudável, que ajuda a manter o peso, o ânimo, melhora o sistema imunológico e ajuda a prevenir o aparecimento de outras doenças.
Dieta saudável (Canadian Guidelines for Health Care Providers)
Alimentos variados contendo os quatro grupos principais (grãos, frutas e vegetais, leite e derivados e carne e/ou alternativas)
Ingesta adequada (não excessiva), distribuída ao longo do dia
Ingesta adequada de proteínas, para combater a infecção e permitir regeneração do fígado
Boa quantidade de frutas e vegetais para reduzir o dano pelos radicais livres no fígado (procure maior variação de cores)
Alimentos ricos em vitaminas A e C
Abstinência alcoólica
Limitar alimentos com excesso de gordura e açúcar
Balancear a dieta com atividade física, dentro das limitações necessárias
   Além do seu médico, procure sempre consultar um nutricionista se houver alguma necessidade de restrição alimentar, inclusive para perda de peso.
Atividade física
   Apesar de estudo demonstrando piora na atividade da hepatite relacionada ao trabalho físico extenuante, não há contra-indicação à atividade física saudável (exercícios físicos regulares, aeróbicos) na hepatite C (exceto em portadores de cirrose hepática com varizes esofágicas de alto risco de sangramento). Apesar de não haver demonstração clara dos benefícios em relação à história natural da doença, a atividade física saudável está relacionada a melhora na qualidade de vida, na redução da fraqueza crônica e da depressão e a uma melhora do sistema imunológico, podendo melhorar portanto a evolução da doença e a resposta ao tratamento.

Transplante Hepatico

O transplante de fígado é o tratamento de escolha para a hepatite C aguda fulminante (embora rara), crônica em fase de cirrose avançada (com encefalopatia hepática, ascite refratária, hemorragia digestiva de difícil controle por varizes e/ou episódio de peritonite bacteriana espontânea) ou na presença de hepatocarcinoma.  
   A principal preocupação no transplante hepático para o portador de hepatite C é a recidiva da infecção no novo fígado.  De fato, a recidiva ocorre em virtualmente todos os transplantados, geralmente em duas semanas após a cirurgia, com níveis rapidamente crescentes do vírus no sangue, até que em um ano estes níveis estão 10 a 20 vezes maiores do que antes do transplante. Do mesmo modo, a doença no fígado é mais rapidamente progressiva, com 30% dos transplantados desenvolvendo cirrose após 5 anos, com óbito ou necessidade de novo transplante em 10% das pessoas ao final dos 5 anos.
   A estratégia de consenso para evitar essas complicações é o tratamento com interferon peguilado associado a ribavirina em todos os paciente que desenvolvem atividade histológica da doença e fibrose significativa. Novas medicações em estudo, no entanto, com ação específica no vírus, poderão se mostrar mais eficazes na prevenção da recidiva, assim como já ocorre em relação à hepatite B.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Tratamento

São consideradas indicações do tratamento da hepatite C:
  • VHC RNA detectável, ALT persistentemente elevada e biópsia hepática demonstrando fibrose portal, independente da atividade inflamatória;
  • portadores de cirrose compensada;
  • usuários de álcool ou drogas que tenham condições de aderir ao tratamento;
  • portadores de doença mais leve, transplantados (exceto fígado) e aqueles com manifestações extra-hepáticas do VHC têm indicação discutível de tratamento;
  • no caso de pacientes com transaminases normais, não há consenso, mas o tratamento é recomendável se houver fibrose moderada/severa;
  • portadores de co-infecção HCV-HIV, se a infecção pelo último estiver controlada.
Interferon alfa e ribavirina
   Interferons são glicoproteínas produzidas por células infectadas por vírus. Até agora foram identificados três tipos: o alfa, produzido por linfócitos B e monócitos, o beta, por fibroblastos e o gama, por linfócitos T-helper e NK. O IFN-alfa age diretamente contra o vírus e também aumenta a resposta imune. No entanto, o tratamento apenas com o IFN-alfa apresenta apenas 10-19% de resposta sustentada. Há dois tipos de IFN-alfa, o IFN-alfa-2a e IFN-alfa-2b, aparentemente com eficácias semelhantes.
   A ribavirina é uma análogo sintético da guanosina que tem ação direta contra vírus RNA e DNA, por provável mecanismo de inibição da DNA polimerase vírus-dependente. A ribavirina sozinha, no entanto, não tem qualquer efeito sobre a hepatite C.
   A combinação do interferon-alfa com a ribavirina melhora a resposta virológica sustentada para 38-43%, com correspondente melhora na análise histológica (biópsia) e, possivelmente, nas complicações a longo prazo da hepatite (mas para esse último faltam estudos prospectivos a longo prazo).
Hoje, recomenda-se a terapia combinada na seguinte dosagem: 
  • interferon alfa 3.000.000 unidades por via subcutânea 3 vezes por semana;
  • ribavirina 1.000 mg ao dia por via oral em < 75 kg e 1.200 mg em > 75 kg.
   Infelizmente, os melhores resultados do tratamento são naqueles pacientes com doença que naturalmente seria mais benigna:
  • genótipo do vírus que não seja o 1;
  • baixa viremia (quantidade de vírus no sangue);
  • ausência de fibrose ou cirrose ao início do tratamento.
   Assim, são considerados fatores de menor resposta ao tratamento:
  • genótipo 1;
  • alta viremia (> 800.000 UI/mL);
  • fibrose avançada ou cirrose compensada (a descompensada contra-indica o tratamento);
  • obesidade;
  • raça negra;
  • uso descontinuado ou redução na dose da medicação (sendo o primeiro pior que o segundo);
  • idade avançada;
  • consumo de bebida alcoólica
  • acúmulo de ferro no fígado.
   Mesmo na ausência de fatores benéficos ao tratamento, ele deve ser realizado, mas recomenda-se que dure 48 semanas, ao contrário das normais 24 semanas (nos pacientes acima, não há melhora significativa da resposta dobrando-se o tempo de tratamento, mas nos casos mais severos sim).
Efeitos colaterais do tratamento com interferon alfa e ribavirina na hepatite C
Leucopenia
Neutropenia
Trombocitopenia
Anemia hemolítica
Fadiga
Depressão e outros transtornos psiquiátricos
Sintomas "gripais": febre e dores musculares
Sintomas gastrointestinais: náuseas e perda do apetite
Sintomas respiratórios: tosse e falta de ar
Dificuldade no controle de diabetes
Disfunção na tireóide: hiper ou hipotireoidismo
Sintomas dermatológicos: descamações (rash) e perda de cabelos
Risco aumentado de defeitos de nascença em grávidas
   As pessoas em tratamento deve ser acompanhadas freqüentemente. Exames laboratoriais são necessários a cada 1-2 semanas durante os primeiros 2 meses e depois a cada 4-8 semanas. Dosagens periódicas de hormônios tireoidianos são necessários.
Indivíduos em tratamento, sejam homens ou mulheres, devem manter o uso de método anticoncepcional efetivo durante e até 6 meses após o final do tratamento. Não é contra-indicado o uso de anticoncepcionais orais.
   A dosagem do vírus (por método de PCR - polimerase chain reaction) é realizada classicamente antes, ao final do tratamento e 3 meses após se houve negativação ao final do tratamento, para avaliar a presença de resposta virológica sustentada (ausência persistente do vírus circulante no sangue).
   Há uma tendência a pesquisar o vírus mais precocemente, com 4 ou 12 semanas de tratamento, para verificar se o mesmo está surtindo efeito e, se estiver, possivelmente reduzir o tempo previsto de tratamento. A resposta virológica rápida, com queda de 2 logs (dois pontos na carga viral expressa por logaritmo) entre o início e 12 semanas de tratamento, é chamada de resposta virológica precoce.
São consideradas contra-indicações ao tratamento com interferon e ribavirina:
  • anemia (hemoglobina < 12 g/dL em mulheres e < 13 g/dL em homens);
  • leucopenia (leucócitos < 1.500 / mm3);
  • plaquetopenia (plaquetas < 100.000 / mm3);
  • hepáticas (transaminases normais; cirrose descompensada);
  • cardiovascular (coronariopatia);
  • endocrinológica (diabetes descompensado);
  • doenças autoimunes;
  • neuropsiquiátricas (vertigens; doença psiquiátrica severa);
  • obstétrica (gestação ou incapacidade de anticoncepção).
Interferon peguilado (ou peginterferon)
   Associando a molécula polietilenoglicol ao interferon, conseguiu-se produzir uma nova modalidade de interferon com absorção e eliminação mais lentas. Graças a isso, o interferon peguilado pode ser administrado por via subcutânea apenas uma vez por semana e ainda manter um nível no sangue contínuo, mais adequado que as três administrações semanais do interferon comum - o resultado são melhores resultados e uma discreta menor incidência de efeitos colaterais.
Interferon Peguilado Dose Apresentações Observação
IFN-Peg alfa-2a 180 mcg 180 mcg Mais estável, dose independe do peso
IFN-Peg alfa-2b 1,5 mcg/kg 80, 100 e 120 mcg Instável, deve ser diluído e aplicado logo em seguida
   Em monoterapia (apenas o interferon alfa peguilado), a taxa de resposta virológica sustentada é de 39%, com resultados ainda maiores com a associação peginterferon + ribavirina:
Resposta ao tratamento (%)
Resposta virológica sustentada
IFN 3 MU 3x/sem
IFN 3 MU 3x/sem + ribavirina 1,0-1,2 g/d
PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem
PEG IFN 1,5 mcg/kg/sem + ribavirina 800 mg/d
Laboratório
Manns*
Laboratório
Manns*
Geral
19
46
47
39
52
54
Genótipo 1
-
33
33
-
41
42
Genótipos 2-3
-
73
79
-
75
82
Genótipos 4-6
-
-
38
-
-
50
* Manns MP et al and the International Hepatitis Therapy Group: Peginterferon alfa-2b plus ribavirin compared with interferon alfa-2b for initial treatment of chronic hepatitis C: a randomized trial. Lancet 2001; 358:958

Fórmula estrutural do interferon alfa padrão (à esquerda) e peguilado (à direita). Laboratório Roche.
Hoje, considera-se como tratamento mais eficaz a associação do peginterferon com a ribavirina. Nos pacientes com vírus genótipos 2 e 3 , que têm resposta muito melhor, recomenda-se o tratamento por 24 semanas (6 meses). Nos pacientes com VHC genótipo 1, recomenda-se por 48 semanas.
Novas perspectivas
   Outras drogas estão sendo desenvolvidas e testadas para a hepatite C, que atuam no mecanismo de replicação do vírus, ao invés de ter atividade sobre o sistema imune. Atualmente, a medicação mais promissora desse tipo é a chamada VX-950, que tem mostrado melhora nas taxas de resposta virológica na associação com o interferon e a ribavirina, em comparação com o uso das duas drogas em conjunto, ou no seu uso isolado, em comparação com placebo. No entanto, já há descrição de indução de mutação do vírus com o seu uso, o que torna necessário mais estudos antes que seja utilizado clinicamente.
   A utilização crônica (prazo indeterminado) de baixas doses de interferon peguilado em pacientes não respondedores com fibrose avançada, com o objetivo de reduzir a progressão da doença, ainda está em estudo. Até o momento não há dados que permitam este uso fora de protocolos de pesquisa.
Respostas ao tratamento
São consideradas respostas positivas ao tratamento:
  • resposta virológica rápida - PCR negativo na 4a. semana de tratamento;
  • resposta virológica precoce - PCR negativo na 12a. semana de tratamento ( a ausência de RVP, ou a queda na carga viral inferior a 2 logs na 12a. semana indicam uma probabilidade de RVS inferior a 3%);
  • resposta virológica lenta - PCR positivo na 12a. semana, negativo na 24a. semana;
  • resposta virológica ao final do tratamento - PCR negativo ao final do tratamento;
  • resposta virológica sustentada - PCR negativo 24 semanas após o final do tratamento (indica probabilidade de 95% de manter PCR negativo, ALT normal e melhora histológica por tempo indeterminado, o que alguns cnsideram como "cura" da doença).
Manuseio dos efeitos colaterais
  • sintomas "gripais" como hipertermia, dores musculares e articulares e prostração geralmente são tratados com paracetamol ou dipirona; nenhum dos dois, no entanto, é isento de efeitos colaterais - o paracetamol pode ser tóxico ao fígado em doses excessivas e a dipirona pode ter efeitos graves (embora raros) independentes da dose, como reações anafiláticas e anemia aplástica;
  • a hemólise (destruição de hemácias) pela ribavirina ocorre de modo significativo em cerca de 15% dos pacientes; se a queda na hemoglobina for superior a 5 g/dL, pode ser necessário reduzir a dose da medicação; quedas mais severas podem ser tratadas com eritropoetina (epoetina alfa), com melhora de cerca de 2 g/dL em metade dos pacientes, podendo evitar a redução e/ou a suspensão da medicação;
  • a leucopenia (redução nos leucócitos) causada pelo interferon (especialmente pelo peguilado) pode predispor ao surgimento de infecções, embora infecções graves só costumem surgir se a leucopenia for severa (abaixo de 500 neutrófilos/mm3); geralmente, recomenda-se redução na dose do IFN quando a leucopenia chegar a 750 neutrófilos/mm3; o uso de fator estimulador de colônia de granulócitos/macrófagos (como o filgrastim, na dose de 300 mcg/dL SC a cada 7 ou 14 dias) pode reduzir a necessidade de redução na dose do interferon;
  • a plaquetopenia é comum, sendo recomendada a redução na dose do interferon se chegar a uma quantidade inferior a 50.000 plaquetas/mm3, quando há um risco aumentado de sangramentos, que podem ser graves; alguns pacientes apresentam quadro de plaquetopenia rápida e severa por destruição autoimune das mesmas (púrpura trombocitopênica auto-imune), sendo necessária a suspensão do interferon e em alguns casos imunossupressão; não há tratamento específico para aumentar a quantidade de plaquetas.
Situações especiais
  • na hepatite C aguda, embora tal diagnóstico seja incomum pela quase ausência de sintomas (mas possível, especialmente se investigada logo após o contato com sangue contaminado), o tratamento com interferon peguilado em monoterapia pode levar a resposta virológica sustentada em mais de 80% dos pacientes; a maioria dos especialistas recomenda aguardar de 8 a 12 semanas após o contato e, se não houver negativação espontânea, tratar por 24 semanas;
  • ainda não há consenso sobre o tratamento da hepatite C em crianças;
  • nos portadores de insuficiência renal crônica ou em hemodiálise, o tratamento é recomendado sempre que houver atividade inflamatória e fibrose, independente do nível de transaminases; como o tratamento com interferon induz rejeição do transplante renal e a ribavirina está contra-indicada por levar a hemólise severa, recomenda-se o tratamento pré-transplante renal, com interferon convencional em monoterapia, na dose de 3 MU três vezes por semana (após as sessões de hemodiálise) durante 12 meses, independente do genótipo.

Grupos especiais

Crianças
   Crianças infectadas com hepatite C parecem ter evolução mais benigna do que aquelas com hepatite B. Em um estudo com crianças infectadas com hepatite C genótipo 1, 45% curaram espontaneamente. A progressão da doença também parece ser mais lenta do que nos adultos que adquiriram a doença.
Coinfecção HCV-HIV
   A coinfecção é comum. Em um estudo europeu de 3000 portadores de HIV, 33% eram anti-HCV positivos (75% nos usuários de drogas endovenosas). A progressão para a cirrose é muito mais rápida nesses pacientes, chegando a 25% em 15 anos em um estudo.
Coinfecção HBV-HCV
   A coinfecção aumenta a velocidade do desenvolvimento de cirrose e hepatocarcinoma

Historia Natural

 A história natural precisa da hepatite C é difícil de avaliar pela falta de dados prospectivos, dificuldade de definir a data da transmissão e associações com outros fatores que alteram o curso da doença, como co-infecções e uso de álcool.
   A hepatite C aguda é assintomática em 84% dos casos, o que dificulta o diagnóstico. O tempo de incubação (entre o contato com o vírus até o desenvolvimento da hepatite aguda) é de 15 a 60 dias (média de 45 a 55 dias), mas a pessoa já pode transmitir a doença mesmo antes disso. Os sintomas mais comuns são icterícia, fadiga, febre, náusea, vômitos e desconforto em hipocôndrio direito, geralmente 2-12 semanas após a exposição e dura de 2 a 12 semanas. O diagnóstico da fase aguda requer a realização de PCR, uma vez que infecções agudas podem ser soronegativas.

                                                                           

O principal fator que leva à grande importância da hepatite C é a sua alta cronicidade. Apenas 15 a 30% das pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C curam espontaneamente, enquanto 70 a 85% ficam com hepatite crônica. Persistindo a viremia, a progressão do dano hepático é de um estágio de atividade ou fibrose a cada 7-10 anos. Aproximadamente 20 a 30% dos portadores de hepatite C crônica desenvolvem cirrose após 10 a 20 anos de infecção.
    Observe que, apesar de ser uma doença que pode levar a um grande número de cirroses e cânceres por estarmos em uma epidemia, a maioria das pessoas que adquire a hepatite C, a maioria das pessoas infectadas não apresentará complicações relacionadas a essa doença durante a sua vida ! Assim, uma das principais questões em estudo na hepatite C é como prever quem desenvolverá complicações da hepatite e quem permanecerá com doença leve ou inativa. Por enquanto, só sabemos que portadores que adquiriram a infecção mais novos, os com elevados níveis de ALT (que indicam doença com maior atividade) e naqueles que já tem um grau moderado de fibrose (cicatrizes) ou progressão na fibrose em biópsias com intervalo de 3 a 5 anos têm maior propensão a evolução para cirrose. A presença de outros fatores, como sexo masculino, hemocromatose, consumo de álcool, co-infecções pelo HBV ou HIV, imunossupressão (após transplante) e, possivelmente, a esteato-hepatite não alcoólica, aceleram a progressão da doença.
   Sempre se soube que alguns indivíduos, sem outros fatores de risco aparentes, como a co-infecção com vírus da hepatite B ou HIV ou uso de álcool, estão mais predispostos a desenvolver cirrose do que outros, mesmo que o vírus seja da mesma genotipagem. Recentemente, foi descrito que um conjunto de 7 genes estaria associado a um risco maior de desenvolvimento de cirrose. A pesquisa destes 7 genes levaria ao cálculo de um índice denominado "CRS" (cirrhosis risk score), que poderia prever que pacientes teriam maior risco de desenvolver cirrose e, portanto, teriam indicação de tratamento mais agressivo. No entanto, ainda faltam estudos para validar este método.
 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

DIAGNÓSTICO DO VIRUS

O principal método diagnóstico para a hepatite C continua sendo a sorologia para anti-HCV pelo método ELISA, sendo que a terceira geração deste exame, o ELISA III, tem sensibilidade e especificidades superiores a 95% (com valor preditivo positivo superior a 95%). Após a infecção, o exame torna-se positivo entre 20 e 150 dias (média 50 dias). Pela alta confiança do exame, o uso de sorologia por outro método (RIBA) só deve ser utilizado em suspeitas de ELISA falso positivo (pessoas sem nenhum fator de risco). O resultado falso positivo é mais comum em portadores de doenças autoimunes com auto-anticorpos circulantes, além de indivíduos que tiveram hepatite C aguda, que curaram espontaneamente mas que mantêm a sorologia positiva por várias semanas. Por outro lado, o exame também pode ser falso negativo em pacientes com sistema imunológico comprometido.
Anti-HCV Elisa 3a. geração
Falsos-negativos
Falsos-positivos
Hepatite C aguda
Alcoólatras
Imunodepressão ( transplante, SIDA )
Doenças autoimunes

Populações de baixa prevalência
   O segundo método de escolha é a detecção do RNA do vírus no sangue, que já é encontrado em 7 a 21 dias após a infecção. Há vários métodos, sendo que o PCR qualitativo é o mais sensível (detecta até quantidades mínimas como 50 cópias/mL) e o PCR quantitativo é menos sensível (apenas acima de 1.000 cópias/mL), mas informa uma estimativa da quantidade do vírus circulante. Pelas definições da Organização Mundial de Saúde, pessoas com mais de 800.000 UI/mL (cópias/mL) são consideradas como portadoras de título alto e, as com menos, portadores de título baixo.
   O genótipo é desnecessário para o diagnóstico da infecção, mas é extremamente importante na tomada de decisões quanto ao tratamento. Para os genótipos 2 e 3, por exemplo, a dose da medicação e o tempo de tratamento são menores do que os recomendados para o genótipo 1.
Distribuição dos genótipos do HCV no Brasil
Genótipo
Incidência
1
70%
2
2,5%
3
28%
   A elevação de transaminases não é necessária para o diagnóstico. Até 30% dos pacientes mantém dosagem de ALT normal, mas mesmo assim 50% apresentam à biópsia hepática alterações significativas.
   Como a severidade da doença não pode ser determinada com precisão por métodos menos agressivos, a biópsia continua sendo necessária para avaliar o grau de inflamação e fibrose (formação de cicatrizes). O consenso mundial é de que a biópsia é necessária em todos os pacientes antes do início do tratamento.
Papel da biópsia hepática na hepatite C
Confirma o diagnóstico clínico
Avalia o grau de fibrose e inflamação
Avalia a presença de outras doenças concomitantes
Ajuda a definir a melhor opção terapêutica

sábado, 9 de abril de 2011

FISIOPATOGIA DO VIRUS

 A Hepatite C é causada por um  virus tipo RNA(as informações genética são codificadas em RNA - no hospedeiro, este RNA em forma de fita + é copiado para a forma de fita -,que é utilizado como ''molde''  para a produção de novos virus).Ele é muito diferente dos virus que causam as outras hepatites mais comuns, a A e a B.O virus da hepatite C é membro da familia Flaviviridae, a mesma  da dengue e da febre amarela . Há varios genótipos (variações) desse virus sendo 6 as mais importantes(1 a 6), sendo estes são subdividos em mais de 50 subtipos (1a,1b,2a,etc).Os genótipos chegam a apresentar  30 a 50 % de diferença no seu RNA.Essa divisão é importante pois cada subtipo tem caracteristicas proprias de agressividade e resposta ao tratamento. Genótipos 1 a 4 tem mais resistência ao tratamento com interferon que os 2 e 3 . Variações podem "enganar" o sistema imunológico e dificultar a produção de vacina,entre outras complicações.
   A quantidade de vírus C no sangue infectado é menor  que os de virus B na hepatite B. Suspeita-se que,como na hepatite B, o principal mecanismo de destruição de celulas do figado seja pelo sistema imunológico, do proprio hospedeiro,mas é provavel que haja destruição pelo vírus
   Na biópsia hepática de portadores de hepatite C, observa-se esteatose micro ou macrovesicular(50%), dano em ductos biliares(60%) e agregados ou filículos linfóides (60%)  

Transmissão do virus

   A Hepatite C é trasmitida atravez do contagio do sangue contaminado, apesar de alguns relatos recentes mostrando a presença do virus em outras secreções (leite materno,urina,saliva,e esperma), mas a quantidade de virus presente nos citados parece ser muito pequena para causar infecções e até hoje não surgiram dados de transmissão por essas vias.O virus da hepatite chega a sobreviver de 16 horas a 4 dias em ambientes externos.Os grupos de maior risco para contrair a doença são principalmente os receptores de sangue,usuarios de drogas endovenosas,pacientes de homodiálize(cerca de 15-45% são infectados no EUA) e trabalhadores na área de saúde
  Com o surgimento de exames  para a detecção da hepatite a incendencia anual vem caindo.Isso é mais  significativo em receptores de transfusão pois essa era a principal via de transmissão e hoje o risco de adquirir Hepatite C por transfusão sanguinea está entre 0,01% e 0,001%.Atualmente o maior risco dos usuários de drogas que nos Estadus Unidos a 72-90% de prevalencia da infecção.Estima-se que apos 6 a 12 meses de uso de drogas endovenosas,80% dos individuos estão infectados.
   Em trabalhadores de saude que se acidentam com agulhas com agulhas contaminadas,ha risco de transmissão mas é menor que 4% (menos que a hepatite B,mais que o HIV) e isso é responsável por menos de 1% dos casos de infecções
  A transmição vertical(de mãe para filho) ocorre em 0 a 35,5% dos partos de mães infectadas,dependendo principalmente  da quantidade de virus circulante no momento do parto e coinfecção com HIV.A taxa de transmição vertical em geral está entre 4,3 a 5,0 %.Aparentemente ah risco maior no parto normal que na cesariana,e o aleitamento materno parece ser seguro,mas os estudos em ambos os casos são comflitantes.Pois não ah até o momento nenhuma técnica para reduzir os riscos de transmissão para o bebê durante o parto deve ser realizada sorologia(anti-VHC) do bebê apenas após 18 meses do bebê,pois antes disso os anticorpos presentes no bebê podem ser provenientes do sangue da mãe, passados para o feto através da placenta.Também ah a possibilidade de coletar sangue para a pesqusa do RNA VHC(pelo PCR) na primeira e na segunda consulta de puericultura(com o pediatra,entre um a dois meses de vida)
                                                                              
                                            
   O leite materno não é contra-indicado para as mães portadoras do VHC
   A Transmição Sexual  é algo bem debatido.É verdadeiro que  a Hepatite C é muito menos transmitida do que a Hepatite B.Em parceiros fixos de pessoas contaminadasa prevalencia de infecção é de  apenas 0,4 a 3%,sendo que nesse muitas vezes encontramos fatores de risco que pode ser a causa da infecção.Por outro lado,entre pessoas sem nenhum outro fator de risco, encontramos 2 a 12% de sexualmente promissuo.
  Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade  de uso de preservativo em parceiros estaveis pela Hepatite C
                                                               
Modos de Transmissão da hepatite C
Comuns
Incomuns
Uso de drogas endovenosas
Cocaína intranasal
Transfusões de sangue antes de '92
Piercing
Acidentes com agulhas
Tatuagens
Transmissão perinatal
Transmissão sexual

   Os fatores de risco menores são o uso de cocaina intranasal, piercing e tatuagens.Mesmo excluidas todos os fatores de risco anteriores, a transmissão esporadica,ou sem modo conhecido, é responsavel por  pelo menos 12% dos casos
     Naturalmente, como tem os mesmos modos  de trasmição os portadores de Hepatite C tem também o risco de contrair outras doenças ,particularmente a Hepatite B a AIDS e outras DSTs, devendo realizar exame de sangue para diagnóstico.De particular interesse a co-infecção hepatite B e C e Hepatite C e HIV, com evolução muito piores e tratamento mais dificil
    
                                                                           
Fatores de risco para o contágio da hepatite C
Transfusão de sangue ou derivados
Uso de drogas ilícitas
Hemodiálise
Exposição a sangue por profissionais da área de saúde
Receptores de órgãos ou tecidos transplantados
Recém-nascidos de mães portadoras
Contatos sexuais promíscuos ou com parceiros sabidamente portadores
Exposição a sangue por material cortante ou perfurante de uso coletivo sem esterilização adequada:
  • procedimentos médico-odontológicos
  • tatuagem
  • acupuntura
  • manicure / pedicure
  • body piercing
  • contato social ou familiar com material de uso pessoal ( barbeadores, escovas dentais, etc )
  • "medicina" folclórica ( inclui "cirurgias espíritas" )
  • barbeiros e cabelereiros

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Sintomas da Hepatite C

 Diferentemente das hepatites A e B, a maioria das pessoas que adquirem a hepatite C desenvolvem doença crônica e lenta, sendo que a maioria (90%) é assintomática ou apresenta sintomas muito inespecíficos, como letargia, dores musculares e articulares, cansaço, náuseas ou desconforto no hipocôndrio direito. Assim, o diagnóstico só costuma ser realizado através de exames para doação de sangue, exames de rotina ou quando sintomas de doença hepática surgem, já na fase avançada de cirrose.
   Além dos sintomas relacionados diretamente à hepatite, o vírus pode desencadear o aparecimento de outras doenças através de estimulação do sistema imunológico:
Manifestações extra-hepáticas do HCV
Crioglobulinemia mista
Tireoidite autoimune
Porfiria cutânea tarda
Líquen plano
Glomerulonefrite membranoproliferativa
Sialoadenite
Poliarterite nodosa
Úlcera de córnea
Linfoma de células B
Síndrome de sicca
Fibrose pulmonar idiopática
Fenômeno de Reynaud

Introdução do Virus da Hepatite C

          Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado. Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar a cirrose e câncer do fígado. Ao contrário dos demais vírus que causam hepatite, o vírus da hepatite C não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite crônica, com suas consequências a longo prazo.
            Estima-se que cerca de 3% da população mundial, 170 milhões de pessoas, sejam portadores de hepatite C crônica. É atualmente a principal causa de transplante hepático em países desenvolvidos e responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No Brasil, em doadores de sangue, a incidência da hepatite C é de cerca de 1,2%, com diferenças regionais, como mostra a tabela abaixo:
Prevalência da hepatite C
Estados Unidos
1,4%
França
3,0%
Egito / África do Sul
30,0%
Canadá / Norte da Europa
0,3%
Brasil
1,2-2,0%
   - Norte
2,1%
   - Nordeste
1%
   - Centro-Oeste
1,2%
   - Sudeste
1,4%
   - Sul
0,7%
                        
  Apesar do altíssimo número de contaminados, alguns fatores de risco são considerados mais importantes e todas as pessoas com eles devem ser devem ser testadas, pelo alto risco da doença:
Fatores de maior risco para hepatite C
Usuários de drogas endovenosas
risco 80%
Receptores de fatores de coagulação antes de 1987
risco 90%
Receptores de transfusão sangüínea ou transplante de órgãos antes de 1992
risco 6%
Hemodiálise
risco 20%
Filhos de mães positivas
risco 5%
Parceiros de portadores do HIV
-
Crianças com 12 meses de idade com mãe portadora do HCV
-
Profissionais da área da saúde vítimas de acidente com sangue contaminado
-
               
Apesar dos esforços em conter a epidemia atual, especialmente com a realização de exames específicos em sangue doado, a hepatite C é uma epidemia crescente. Estima-se que a prevalência (número total de casos) só atinja o seu pico em 2040 e, à medida que o tempo de infecção aumenta, que a proporção de novos pacientes não tratados com cirrose dobre até 2020. Assim, medidas adicionais de prevenção e tratamento precisam ser tomadas antes disso, ou nas próximas décadas a epidemia de hepatite C  atingirá complicações na saúde pública a níveis insustentáveis.